Muitas mães ficam decepcionadas por não saberem amamentar seus bebês recém-nascidos ainda na maternidade. Parece ser algo tão natural e simples, que elas ficam frustradas por enfrentarem dificuldades nesse momento. Essa situação é nova tanto para mãe quanto para o bebê e os dois vão aprender juntos durante esse processo. Por isso, é necessário que a equipe da maternidade ampare e oriente a mãe enquanto ela estiver no hospital.
Soyama Brasileiro, mãe de Mateus, Lucas e Marina, enfermeira coordenadora de Aleitamento da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, explica que as mães não nascem sabendo amamentar e, sem apoio emocional, elas ficam ainda mais confusas. “A maioria não recebe instrução antes do parto e quando recebem, é apenas uma ajuda teórica e não prática”, afirma.
Adriana Maciel, mãe de Pedro, que hoje tem 2 anos, é uma das provas disso. A moça não foi orientada antes do parto e a enfermeira que a atendeu no hospital também não lhe deu a atenção necessária. “Meus seios doíam e chegaram até a rachar e sangrar. A única coisa que me fazia aguentar esse sofrimento era saber o quanto aquilo era importante para o meu filho”, relata.
A doula Rachel de Bortoli da Costa, mãe de Hellen e Victor, indica que esse é um pensamento muito comum da maioria das mães. A profissional presta suporte físico e emocional a mulheres antes, durante e após o parto. “Existe uma cultura de que é necessário suportar a dor. Se amamentar dói, está errado e precisa ser aprendido”, alerta.
Rachel acredita também que a amamentação é um processo que precisa ser assimilado ainda na maternidade. “Os primeiros dias são os mais importantes porque se o bebê não ganhar o peso necessário, o pediatra vai indicar um leite artificial. Com a facilidade desse complemento, é muito mais difícil da criança e da mãe aprenderem a amamentação”, explica a doula.
Pensando nisso, a senadora Lúcia Vânia do PSB (Partido Socialista Brasileiro) de Goiás, apresentou no último dia 16 um projeto de lei que prevê a presença obrigatória de especialistas em amamentação nas maternidades. A proposta foi levada ao Senado Federal e será analisada pela Comissão de Direitos Humanos entre março e abril deste ano. Se for aprovada, seguirá para sanção e já irá se tornar lei, dentro do Estatuto da Criança e Adolescente.
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