Não existe uma forma correta e única de vivenciar a gestação, seria melhor falarmos em gestações, no plural. Pois mesmo que todas as mulheres tenham sintomas e transformações parecidas (enjoos, ganho de peso, dores nas costas etc.), cada uma a vive de forma única – isso varia, incluindo, de gestação para gestação na mesma mãe. O que é comum a todas elas também são as fortes emoções que surgem ao longo dos nove meses, do que vamos falar aqui.
O primeiro trimestre, em geral, é o momento da descoberta e aceitação da gravidez. É o início das mudanças de papéis familiares, para a construção de uma nova estrutura familiar. Nessa fase, é importante a comunicação dos membros da família, para um maior entrosamento durante a gestação. A mulher pode ficar um pouco confusa, emocionalmente sensível, com diversas dúvidas e receios diante da novidade. Isto, principalmente, quando o bebê não foi planejado. Ela pode apresentar sentimentos de ambivalência – quero e não quero, estou certa e estou errada –, o que intensifica a angústia. Estes sentimentos fazem parte do lidar com o desconhecido e com uma situação nova, não há motivo para alarde. A ansiedade também está bem presente nesse primeiro trimestre, mas a boa notícia é que tende a diminuir com a chegada do segundo trimestre.
O segundo trimestre costuma a ser o mais estável emocionalmente para a mãe. Mesmo assim, iniciam-se de forma mais presente as preocupações a respeito do desenvolvimento fetal, exames médicos e mudanças corporais. Ao perceber seu corpo em mudanças, a mulher pode, em alguns casos, ficar insegura, com sentimentos de menos valia e inferioridade. Por isso, é muito importante a participação dos maridos nesse momento. No entanto, há também aquelas que se sentem mais bonitas e mais atraentes. Neste trimestre, ocorre ainda um fortalecimento e intensificação do vínculo mãe-bebê, assim como da participação do pai e/ou outros filhos.
O terceiro e último trimestre pode ser o mais frágil e intenso, do ponto de vista emocional, para a mulher, por conta da aproximação do parto. Surgem mais fantasias e questionamentos. Este é o momento dos familiares e do médico transmitirem segurança e apoio à gestante, conte com eles!
Por todas essas questões, separamos 14 dicas que vão ajudá-la a enfrentar essa “inundação” de emoções que configura a gravidez, trimestre a trimestre:
1 – Logo de início, procure uma atividade física de baixa/média intensidade e prazerosa. Os exercícios físicos liberam substâncias no organismo que promovem o bem-estar. Lembrando sempre da liberação médica e do acompanhamento de profissionais especializados em gestantes, independentemente do trimestre;
2 – Para acompanhar o pré-natal, busque um médico que você e seu companheiro (a) se identifiquem, que transmita segurança e que acompanhe a sua saúde e a do bebê. Converse sobre os tipos de parto, doenças prévias e pré-natal, enfim, sobre todos os tópicos que causem dúvidas e angústias;
3 – Viva o momento de felicidade da descoberta (se houver), mas também se permita vivenciar sentimentos como tristeza, raiva, choro, dúvidas, receios. Não se culpe por tê-los, isso não significa algo negativo. Como falamos, faz parte! Procure reconhecê-los e expressá-los de forma saudável.
4 – Compartilhe este momento com as pessoas que você tiver vontade e quiser, para ficar mais feliz ainda;
5 – No segundo trimestre, a barriguinha já está começa a aparecer. Valorize o seu corpo, usando roupas confortáveis e que a deixem mais bonita!
6 – Vale também conversar com o companheiro (a) sobre tais mudanças, reforçando que você precisa do apoio e dos elogios dele também;
7 – Intensifique a relação com seu bebê (isso mesmo!). Os vínculos começam a ser criados desde agora, sabia? Converse, acaricie e cante para ele dentro da barriga. Você pode falar sobre o que está sentindo, o que o espera, contar sobre a família, o que tem comprado para ele, cantar e ler também, entre outros “papos”;
8 – Deixe o quartinho pronto para receber seu bebê! O preparo do “ninho” vai deixá-la mais segura;
9 – Procure cursos de cuidados com o bebê, como shantala, e/ou leia sobre tais temas e o desenvolvimento do bebê. Toda informação é bem-vinda e aumenta a sua confiança para enfrentar os desafios que virão;
10 – Leia tudo sobre parto, outro tema que costuma gerar bastante angústia. Converse com outras mães e pense e discuta as possibilidades com seu médico;
11 – Escolha o local que deseja para ganhar seu bebê e se optar por maternidade, visite as opções para conhecê-las melhor;
12 – Escolha quem você deseja que esteja com você nesse momento. Prepare a sua malinha, a do bebê e, também, a do acompanhante com antecedência!
13 – No último trimestre você já pode procurar um pediatra de confiança e fazer a primeira consulta, tirando dúvidas sobre o recém-nascido e sobre o aleitamento materno.
14 – E durante qualquer período da gestação, se sentir forte tristeza, medo, angústia, erupção de conflitos e ansiedade extrema, procure ajuda de um especialista para lhe acompanhar. Todos esses sentimentos podem aparecer, como falamos, mas a intensidade e a frequência determinam se está tudo bem com você. Não sofra sozinha!