Algumas palavras parecem simples, mas quando saem da boca de um bebê pela primeira vez, carregam um significado enorme. É comum que pais e mães fiquem ansiosos por esse momento — tentando adivinhar se o “mamã” ou o “dá” vai chegar logo, ou se ainda vai demorar.
Mas, antes mesmo de pronunciar qualquer palavra, o bebê já se comunica. E entender esse processo ajuda a acompanhar o desenvolvimento da linguagem de forma mais leve, sem cobranças ou comparações.
Pensando nisso, nós da ABC Design preparamos um guia completo com tudo o que você precisa saber sobre as primeiras palavras do bebê. Hoje, você vai entender quando a criança costuma começar a falar, quais são os marcos esperados em cada fase e como é possível estimular a linguagem de forma simples, dentro da rotina.
Vamos lá?
Quando o bebê começa a falar?
A primeira palavra costuma aparecer entre os 10 e os 15 meses, mas isso pode variar bastante de criança para criança. Em geral, essa palavra vem acompanhada de um gesto, olhar ou intenção — não é apenas a repetição de um som, mas uma forma de comunicação com sentido.
Antes disso, o bebê passa por outras etapas importantes: ele balbucia, testa sons, imita entonações e responde com olhares e gestos. Tudo isso já faz parte do processo de construção da linguagem.
É importante lembrar que alguns bebês falam suas primeiras palavras mais cedo, outros demoram um pouco mais — e ambos os cenários podem estar dentro do esperado. O mais importante é observar se o bebê está se comunicando de alguma forma, mesmo que ainda não fale claramente.

Etapas do desenvolvimento da linguagem oral
A fala é o resultado de um processo que começa bem antes da primeira palavra. Desde os primeiros meses de vida, o bebê já dá sinais de que está prestando atenção, reconhecendo sons e tentando se comunicar — mesmo que ainda sem usar palavras.
A seguir, você acompanha uma linha do tempo com os principais marcos do desenvolvimento da linguagem oral, desde os primeiros meses. Eles não são regras fixas, mas servem como um ponto de referência para acompanhar o progresso do seu bebê:
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Idade aproximada |
O que costuma acontecer |
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0 a 3 meses |
Reage a sons, muda o choro conforme a necessidade |
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4 a 6 meses |
Produz sons como “ah”, “gu”, e testa entonações |
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7 a 9 meses |
Reconhece o nome, reage a comandos simples, começa a imitar sons |
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10 a 12 meses |
Diz as primeiras palavras com intenção, como “mamã”, “dá”, “au-au” |
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12 a 18 meses |
Aumenta gradualmente o vocabulário e entende mais do que consegue falar |
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18 a 24 meses |
Combina palavras, forma frases simples e começa a expressar vontades |
Segundo o artigo do Children’s Hospital of Philadelphia (CHOP), os primeiros sons e balbucios surgem ainda no primeiro semestre, seguidos das primeiras palavras com intenção por volta dos 12 meses — com um crescimento mais rápido entre 18 e 24 meses, quando muitas crianças já começam a formar frases simples.
Como estimular a fala do bebê no dia a dia?
A linguagem se desenvolve em um ambiente de troca. Isso significa que, mesmo antes de falar, o bebê já está aprendendo com o que escuta, observa e sente ao redor. Quanto mais oportunidades ele tiver de participar dessas interações, mais estímulo recebe para se expressar!
A seguir, veja algumas formas simples e eficazes de incentivar a fala no cotidiano:

Converse com o bebê desde os primeiros dias
Falar com o bebê, mesmo que ele ainda não fale, é um dos estímulos mais importantes. Narre o que está acontecendo, descreva ações simples (“vamos trocar a fralda”, “a mamadeira está aqui”) ou apenas converse de forma leve durante os momentos de cuidado. O tom da sua voz e a frequência da fala criam uma base segura para que ele comece a entender e responder ao mundo.
Nomeie objetos, pessoas e ações
Apontar e nomear o que o bebê está vendo ajuda a criar conexões entre som e significado. Isso pode ser feito no banho, na troca, na hora da alimentação ou durante um passeio com o bebê. Palavras ditas com intenção, repetidas no mesmo contexto, são mais facilmente assimiladas.
Responda aos sons que o bebê faz
Balbucios, gritinhos, sons guturais — tudo isso já é comunicação! Quando você responde a esses sons como se estivesse tendo uma conversa, mostra para o bebê que ele está sendo escutado e encoraja novas tentativas. Esse “diálogo” é um passo importante para a fala.
Leia livros e conte histórias curtas
Mesmo que o bebê ainda não entenda o enredo, a leitura em voz alta traz ritmo, entonação e novas palavras. Prefira
Cante músicas simples e com gestos
Canções de roda, parlendas e músicas infantis ajudam a fixar palavras, sons e gestos. O ritmo e a repetição tornam a linguagem mais acessível e divertida, e o bebê tende a participar com expressões, movimentos ou até imitação.
Evite o uso excessivo de telas
A recomendação de diversos órgãos de saúde, como a Organização Mundial da Saúde, é que crianças menores de 2 anos não sejam expostas a telas sem necessidade. Isso porque a fala se desenvolve por meio da interação real — e não pela observação passiva. Televisão ligada o tempo todo ou o uso constante de celulares pode atrapalhar o ritmo da linguagem.
Use gestos junto da fala
Aponte, acene, ofereça objetos e incentive o bebê a fazer o mesmo. Quando a fala é acompanhada de gestos, a criança entende melhor o que está sendo dito e se sente mais convidada a participar da troca.

Como saber se o bebê está com atraso na fala?
Cada criança tem seu ritmo, e é normal que algumas falem mais cedo e outras demorem um pouco mais. Ainda assim, existem alguns marcos de desenvolvimento que podem servir como referência para identificar quando é hora de buscar orientação profissional.
Abaixo, reunimos alguns sinais que merecem atenção ao longo dos primeiros dois anos:
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Até 6 meses: o bebê não reage a sons, não faz balbucios e não demonstra interesse visual durante interações com outras pessoas;
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Até 12 meses: ainda não emite palavras com sentido como “mamã” ou “dá”, nem tenta imitar sons ou gestos simples;
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Entre 18 e 24 meses: apresenta vocabulário muito restrito, não combina palavras ou não demonstra intenção de se comunicar de forma verbal ou gestual.
Segundo um levantamento publicado pelo portal Resumos Medicina, bebês que não balbuciam até os 6 meses, não dizem palavras com sentido até os 12 a 15 meses ou não tentam formar frases até os 2 anos podem estar demonstrando sinais de atraso. Embora cada criança tenha seu ritmo, acompanhar essas etapas ajuda a perceber quando é o momento de buscar orientação especializada.
Fatores que influenciam o tempo de fala
O tempo que o bebê leva para começar a falar pode variar bastante. A seguir, explicamos os principais fatores que costumam influenciar esse processo — tanto do ponto de vista biológico quanto do ambiente.
Estímulo verbal no ambiente familiar
Conversas frequentes, respostas aos balbucios, nomear objetos e incluir o bebê nas interações cotidianas são atitudes que ajudam a desenvolver a linguagem desde cedo. A criança aprende a se comunicar sendo incluída nas trocas — mesmo antes de falar.
Genética e ritmo individual
Alguns bebês demoram mais para começar a falar mesmo em ambientes estimulantes, e isso pode ter relação com o histórico familiar. Cada criança segue um ritmo diferente — e nem sempre isso indica um problema.
Saúde auditiva
Alterações auditivas podem interferir diretamente no aprendizado da fala. Por isso, o teste da orelhinha feito nos primeiros dias de vida é fundamental. Dificuldade em escutar impede que o bebê reconheça sons, palavras e entonações.
Exposição a telas
O uso de telas em excesso reduz o tempo de interação real, que é essencial para a linguagem oral. Como vimos anteriormente, órgãos como a OMS e a Sociedade Brasileira de Pediatria recomendam que crianças menores de 2 anos evitem esse tipo de estímulo, ou usem apenas com acompanhamento.
Ambiente emocional
Bebês que se sentem acolhidos, ouvidos e encorajados tendem a se comunicar com mais liberdade. Um ambiente tranquilo, com espaço para trocas afetivas e sem correções excessivas, favorece a segurança para que a fala se desenvolva no tempo certo.
Segundo o artigo publicado pela Unimed no portal Viver Bem, o estímulo verbal no ambiente familiar é um dos elementos mais relevantes, seguido por aspectos genéticos, saúde auditiva, exposição a telas e até o ambiente emocional da criança.
Com quantos meses o bebê começa a falar?
As primeiras palavras com sentido costumam surgir entre 10 e 15 meses. No entanto, esse marco pode variar bastante. Antes de falar, o bebê já se comunica por meio de olhares, gestos, sons e entonações — tudo isso já faz parte do desenvolvimento da linguagem.
É normal o bebê só balbuciar até 1 ano?
Sim. Muitos bebês passam boa parte do primeiro ano apenas balbuciando, testando sons e observando os adultos. O mais importante é perceber se ele demonstra interesse em interagir, olhar no olho, emitir sons e imitar entonações. Esses são sinais positivos de que a fala está em construção.
O uso de chupeta pode atrapalhar a fala?
O uso da chupeta — especialmente quando prolongado durante o dia, enquanto o bebê está acordado — pode, sim, impactar o desenvolvimento da fala. Isso porque ela limita os movimentos da boca e da língua, que são importantes para a articulação dos sons. Se usada com moderação, em momentos pontuais e sob orientação do pediatra, o impacto tende a ser menor.
Bebês que convivem com mais adultos aprendem a falar mais cedo?
Ter mais estímulo verbal no ambiente costuma favorecer o desenvolvimento da linguagem. Isso não depende apenas da quantidade de pessoas, mas da qualidade das interações. Um bebê que recebe atenção, escuta e participação ativa tende a se comunicar mais cedo, mesmo em um ambiente com poucos adultos.
Quando devo procurar ajuda profissional?
Se o bebê não estiver balbuciando até os 6 meses, não emitir palavras com sentido até os 15 meses ou não formar frases simples até os 2 anos, vale conversar com o pediatra. Também é importante observar se ele reage aos sons, olha nos olhos e demonstra interesse por interações. Em caso de dúvidas, a avaliação de um fonoaudiólogo pode trazer clareza e segurança.
Fala infantilizada pode atrapalhar o desenvolvimento da fala?
Depende. Usar um tom mais carinhoso ou brincar com a voz faz parte da interação afetiva com o bebê e não costuma causar prejuízos. O que pode atrapalhar é a repetição constante de palavras distorcidas, como dizer “tetê” no lugar de “mamadeira”, ou “au-au” no lugar de “cachorro” sem nunca apresentar a palavra real.
Para estimular a linguagem, o ideal é que o bebê escute a forma correta das palavras, mesmo quando a conversa for lúdica e descontraída.

Esperamos que este guia tenha tirado todas as suas dúvidas sobre quando começam as primeiras palavras do bebê. Se quiser continuar acompanhando os marcos do desenvolvimento do seu bebê, aproveite para ler também nosso conteúdo sobre moleira do bebê.
Até a próxima!