Vacinas e reações! Saiba antes do momento do seu baby tomar

Especialistas falam das reações adversas da vacina

“Ângelo era um bebê saudável, mamava exclusivamente leite materno e nos dois primeiros meses de vida havia ganhado três quilos. No mesmo dia em que foi vacinado, havíamos ido ao pediatra, avaliado seu peso e altura. Tudo normal. Depois da vacina, à tarde, notei que ele estava com muitas dores abdominais e cólicas, que não tinha antes. O cocô tornou-se líquido, fétido, com muito muco. Foi a partir deste momento que percebi que algo não estava bem. Cinco dias depois, as fezes estavam do mesmo jeito, as dores piores e as noites passaram a ser mal dormidas. Dez dias se passaram e nada de mudanças. Fui buscar informações na internet e percebi que muitos pais relatavam os mesmos sintomas, ou até piores, após a vacina. Quanto mais lia sobre o assunto, mais meu desespero aumentava”, conta a bióloga Camila Conti, mãe de Ângelo, hoje com 2 anos e 2 meses.

Camila ainda viu seu filho apresentar sangue nas fezes 30 dias depois de ser imunizado e viveu por quatro meses com medo de que seu bebê, por conta da vacina, tivesse se tornado alérgico à proteína do leite de vaca (APLV). “Vi muitos casos de bebês que desenvolveram alergias depois da vacina”, diz. Junto com o pediatra, a bióloga decidiu não aplicar a segunda dose  no filho e, após o episódio, ela fundou no Facebook o grupo  “Contra a Vacina Rotavírus”, que possui cerca de 600 membros.

Iniciativas como a dela não são raras na rede. Relatos sobre os efeitos da vacina e o possível desenvolvimento de alergias podem ser facilmente encontrados em blogs e nas redes sociais. Recentemente, a história de uma bebê de 2 meses que morreu, segundo os pais, em decorrência de complicações dos efeitos colaterais da vacina ganhou repercussão. CRESCER tentou contato com a família que, até o momento da publicação da reportagem, preferiu não se manifestar. Na internet, desde julho do ano passado, circula uma petição online com mais de 1.500 assinaturas pedindo ao Ministério da Saúde a suspensão da vacina contra o rotavírus no Brasil. O texto do documento acusa o tratamento de disparar alergia alimentar, sobretudo de leite, nos bebês.

“É muito triste o fato de que alguns bebês saudáveis passaram a ter APLV. Bebês que já caminhavam lentamente para APLV tiveram sentença precoce, o que poderia ter sido contornado pelo próprio organismo do bebê, com o aleitamento sem interrupção pela inflamação, caso a vacina não tivesse sido administrada”, diz a petição.

O Ministério da Saúde, contudo, afirma que não há evidências científicas do desenvolvimento de alergia ao leite de vaca após a administração da vacina rotavírus humano e diz que “como qualquer outra vacina ou medicamento, pode, em casos raros, manifestar eventos adversos como vômitos e diarreias”.

A vacina

Presente no calendário brasileiro de imunizações desde 2006, a vacina contra o rotavírus pode ser encontrada em duas apresentações: a monovalente, oferecida pela rede pública, que contém um tipo de rotavírus, mas é capaz de proteger dos outros tipos, por meio da proteção cruzada; e a pentavelente, que oferece proteção direta para cinco tipos de rotavírus e é encontrada exclusivamente na rede privada.

A vacina monovalente deve ser aplicada em duas doses, aos 2 e aos 4 meses de vida, enquanto que a pentavalente deve ser aplicada em três doses, aos 2, 4 e 6 meses. Vale lembrar que ambas as composições utilizam o vírus vivo, porém enfraquecido, o que é chamado de vírus atenuado.

De acordo com o Ministério da Saúde, ao comparar o período antes e depois da adoção da vacina contra o rotavírus houve redução de 74,1% dos óbitos em menores de 1 ano e de 61,4% na faixa etária de 1 a 4 anos. Além disso, foi verificada redução de 44,1% nas internações em menores de 5 anos, no período de 2007 a 2011.

O rotavírus se caracteriza por uma forma abrupta de vômito, diarreia e febre alta, que podem causar desidratação grave. Em alguns casos, também há sintomas como falta de apetite, náuseas e dores abdominais. A principal forma de contágio é via fecal-oral, ou seja, por contato pessoa a pessoa através de água, objetos e alimentos contaminados e, mais raramente, por propagação aérea.

“A gastroenterite (quadro de infecção intestinal grave) cusada pelo rotavírus é bem democrática e pode atingir todas as esferas sociais. Saneamento sozinho não é capaz de chegar a resultados como os que obtivemos com a vacinação”, explica a pediatra Isabella Ballalai, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações. “As pessoas confundem porque, muito tempo atrás, a vacina gerava muitos efeitos adversos, mas esta versão só foi usada nos Estados Unidos e logo foi suspensa. Depois disso, se investiu muito para desenvolver uma vacina mais segura. Os efeitos colaterais existem, mas são poucos; diarreia leve e vômito raramente. A invaginação intestinal (quadro em que o intestino dobra para dentro de si) é um evento adverso que pode acontecer, mas é muito raro e o risco é bem menor do que a internação pela doença”, completa.

APLV

Sobre a acusação de que a vacina contra o rotavírus dispare a alergia à proteína do leite de vaca, Isabella diz desconhecer tal relação. “Não há relatos na literatura mundial e nem a Organização Mundial de Saúde (OMS) faz menção sobre isso.”

Para a alergista e imunologista Fátima Rodrigues Fernandes, coordenadora da Comissão de Imunizações da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), a relação que muitos pais fazem entre a APLV e a vacina contra o rotavírus pode ter uma explicação. “Não há nenhuma evidência efetiva da relação entre a vacina e a APLV. Entretanto, o uso da vacina coincide com o período de transição do aleitamento materno e o aleitamento com leite de vaca, além de ser nessa faixa etária que os primeiros sinais de alergia começam a aparecer. Talvez, por isso, comece a brotar em muitos pais essa associação com a vacina”, diz Fátima.

Os especialistas são unânimes ao dizer que os pais devem conversar com o médico da criança e com especialistas para tirar todas as dúvidas antes de tomar qualquer decisão no sentindo de suspender a vacinação. “Espero que as famílias conversem com os seus pediatras antes de suspender a vacina. Ela é muito importante para a saúde da população”, finaliza Isabella.

Fontes:

https://revistacrescer.globo.com/Bebes/Saude/noticia/2016/08/polemica-da-vacina-contra-o-rotavirus.html

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Equipe ABC Design

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