“Grávida tem que comer por dois!” Há quem diga que essa afirmação é uma desculpa para as futuras mamães não sentirem peso na consciência ao exagerar nas refeições. Na verdade, isso é um mito. A alimentação da grávida não precisa ser para dois, pois isso pode resultar em obesidade e até mesmo em problemas no desenvolvimento do bebê.
Sendo assim, é preciso manter bons hábitos alimentares no período da gestação para garantir que o seu filho tenha os nutrientes necessários para se desenvolver adequadamente.
Para ajudá-la nisso, reunimos algumas dicas e exemplos de como deve ser a sua alimentação durante a gravidez. Confira!
Evite carboidratos refinados
Os carboidratos refinados são aqueles não integrais, ou seja, o pãozinho francês de farinha comum, o arroz e o açúcar branco, por exemplo. Esse tipo de cereal passa por um processo de refinamento, o que resulta em uma considerável perda de fibras, vitaminas e demais nutrientes importantes para a sua saúde e de seu bebê.
Todos os tipos de carboidratos que consumimos, ao final da digestão, são transformados em açúcar e liberam o hormônio da insulina, para que sejam convertidos em energia ou gordura quando não forem utilizados.
No entanto, como muitos nutrientes importantes são retirados durante o refinamento, o alimento será digerido e processado pelo seu corpo mais rapidamente, gerando um excesso no acúmulo de gordura. Além de estar mais propensa a engordar, você sentirá fome com maior frequência.
Porém, pode ficar tranquila! Não estamos dizendo que você terá que aderir à moda da low carb ou entrar em uma dieta super-restritiva (o que também é prejudicial). Além de manter a moderação nas quantidades, basta fazer substituições — consumindo as massas nas versões integrais, por exemplo — e evitar os doces, devido ao açúcar refinado.
Dessa maneira, você vai ingerir uma boa quantidade de nutrientes, tornando a alimentação mais rica e saciável para você e seu bebê.
Esqueça a carne crua
Carne crua é um assunto sério! Nunca sabemos a fundo qual é a procedência quando a compramos, e isso é um risco grave para a sua saúde e a de seu filho. O consumo de carnes malpassadas e cruas pode gerar doenças causadas por microrganismos altamente prejudiciais, como os protozoários, vírus e enterobactérias (aquelas que vivem no trato intestinal).
As carnes de porco, frango e boi, por exemplo, podem apresentar salmonela e toxoplasmose, e os peixes, listeria. Isso sem falar nas já conhecidas doenças cisticercose e teníase, que, dependendo do grau de contaminação e instalação no seu organismo ou de seu bebê, podem levar à morte.
Os agentes nocivos à nossa saúde que são encontrados nas carnes são completamente eliminados apenas quando é feito o cozimento total, de modo que a temperatura atinja ou ultrapasse 70 °C. Sendo assim, esqueça completamente a carne malpassada do churrasco, o peixe cru do sushi, o rosbife, o kibe cru e o carpaccio, por exemplo.
Passe longe dos alimentos mal higienizados
Essa dica vale tanto para a alimentação da grávida quanto para qualquer tipo de pessoa: não consuma, de forma alguma, alimentos mal higienizados. Assim como as carnes cruas, as frutas, as verduras e os legumes podem estar altamente contaminados.
No caso desses alimentos que citamos, além do alto índice de agrotóxicos que são encontrados, os parasitas, a salmonela e o botulismo podem contaminar a sua refeição e causar doenças graves que levam à morte ou à paralisia muscular, prejudicando a formação do seu bebê.
Então, higienize muito bem todas as frutas, legumes e verduras. Para isso, o cloro é o produto que consegue eliminar totalmente os microrganismos nocivos.
O indicado é que sejam mergulhados em uma solução clorada de um litro de água para cada 10 ml (uma colher de sopa rasa) de cloro, deixando os alimentos de molho por 15 minutos. Após isso, basta enxaguar bem em água corrente.
Para tirar possíveis larvas ou ovos de vermes que podem estar escondidos principalmente entre as verduras, após o processo de lavagem em solução clorada, coloque uma colher de sopa de vinagre para cada litro de água e deixe por alguns minutos. Assim, você garante uma alimentação livre de possíveis doenças para você, seu bebê e toda a sua família.
Coma frutas e verduras
Como dissemos, a alimentação da grávida precisa ser rica em nutrientes que auxiliam no desenvolvimento do feto. Para tal, o indicado é que você consuma entre 4 e 6 porções de frutas por dia e de 3 a 6 porções de vegetais. Para facilitar, siga a regrinha: quanto mais colorido for o seu prato, maior poder de nutrição ele terá.
Se você não tem esse hábito, comece aos poucos. Que tal trocar aquela barra de chocolate após o almoço por um pedaço de melancia, por exemplo? E o que acha de comer batata frita somente uma vez na semana e substituí-la por legumes cozidos nos outros dias?
Assim, em pouco tempo, você consumirá refeições balanceadas e sem sofrimento. Para que você aprenda um pouco mais sobre os benefícios desses alimentos, separamos alguns dos nutrientes que podem ser encontrados. Confira.
As verduras contêm alto teor de isotiocianatos e indóis, que protegem o cancro do cólon e previnem o câncer de mama, de pele e outros tipos de tumores. Também apresentam ótimos níveis de proteínas, aminoácidos, água, vitamina K, licopeno e betacaroteno e têm baixo índice glicêmico. Exemplos: brócolis, rúcula, espinafre, repolho.
Os legumes são ricos em vitaminas A, B e C, apresentam propriedades antioxidantes e anticancerígenas e protegem contra doenças do coração. Contêm, ainda, alto índice de sais minerais e fibras. Exemplos: batata, abóbora, abobrinha, beterraba, cenoura, cebola, pepino e milho.
Já as frutas apresentam grandes níveis de vitamina A, B, C e E. São nutrientes que fortalecem o seu sistema imunológico e auxiliam no desenvolvimento das células, tecidos e visão do seu bebê.
Também favorecem a absorção de ferro, potássio e mineração, fortalecendo a sua função nervosa e muscular. As mais indicadas no período da gestação são: damasco, morango, figo, abacaxi, maçã, pera, melancia e framboesa.
Além de serem ricos em vitaminas e minerais, os legumes, as frutas e as verduras têm poucas calorias e mantêm a sensação de saciedade por mais tempo, evitando que você coma em excesso.
Beba água sempre
A água é um bem essencial e básico para a nossa sobrevivência. No entanto, durante a gravidez o consumo deve ser maior, pois há presença de líquido amniótico e a necessidade de se livrar de toxinas. Se você não tem esse hábito, é necessário se policiar para tomar, em média, dois litros ou mais por dia.
Além disso, esqueça totalmente, passe longe e nem pense em consumir bebidas alcoólicas. Prefira os sucos naturais e o leite. A água é a única coisa que deve ser consumida por dois!
A alimentação da grávida requer alguns cuidados especiais para que o bebê se desenvolva adequadamente. No entanto, isso não quer dizer que é preciso comer por dois, o que é um erro. Se você tiver uma alimentação balanceada e beber bastante água, com certeza será uma mamãe saudável com um filho em ótimo crescimento.
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