Gestar gêmeos pode ser um desafio se não souber muito sobre todas as fases desse momento. Por isso, separamos uma série de questões para que você, mamãe, fique tranquila e saiba mais sobre alguns pontos muito importantes desse período.
Vamos falar sobre como ocorre uma gestação gemelar, as possíveis divisões da placenta e da bolsa amniótica, diferenças no pré-natal e também entender riscos e cuidados presentes nesse período de crescimento dos seus bebês e de transformação física.
Continue a leitura e veja como o corpo humano é magnífico sem romantizar esse processo de inquietação e entusiasmo, que pode gerar um pouco de medo e ansiedade na gravidez. Boa leitura!
O que significa e como ocorre uma gestação gemelar?
Uma gestação gemelar significa que, no corpo da mãe, estão sendo gestados dois embriões, resultado de uma fecundação dupla ou de uma divisão de um único óvulo fecundado em dois embriões. O primeiro tipo de fecundação gerada por dois óvulos e dois espermatozoides diferentes é chamada de gestação bivitelina, já que possui duas placentas e duas bolsas amnióticas distintas.
Já quando um único óvulo fecundado por um único espermatozoide se divide de forma não convencional e resulta em dois embriões com carga genética igual temos uma gestação univitelina, que ocorre numa mesma placenta, mas não necessariamente em bolsa amniótica diferente.
Saber sobre as características da gestação de gêmeos é muito importante, porque norteia os cuidados com os bebês e com a mãe ao longo de 9 meses de gestação e também ajuda a projetar a melhor forma de parto: natural ou cesárea.
Gravidez gemelar: tipos e por que é importante saber isso na gestação
Existem 3 tipos de gravidez gemelar. Eles são definidos a partir da estruturação da placenta, órgão responsável pela transferência de nutrientes e oxigênio para os embriões, e a bolsa amniótica, que protege o feto contra choques físicos e térmicos. Confira as divisões possíveis:
- Dicoriônica- diamniótica: gêmeos são gestados em duas placentas e duas bolsas amnióticas diferentes, ou seja, são bivitelinos e não idênticos;
- Monocoriônica-diamniótica: gêmeos gestados numa mesma placenta, mas com bolsas amnióticas diferentes. São gêmeos idênticos;
- Monocoriônica-monoamniótica: gêmeos gestados na mesma placenta e na mesma bolsa amniótica. São sempre idênticos, além de ser considerado o mais raro tipo de gestação gemelar.
Saber exatamente qual é seu tipo de gestação gemelar é importante para ser feito o acompanhamento e o controle mais adequado de gestação monocoriônica-monoamniótica — mesma placenta e mesma bolsa amniótica.
Consideradas muito raras, mamães com esse tipo de gestação devem fazer acompanhamento mais frequente para identificar se há chances dos gêmeos sofrerem da Síndrome da Transfusão Feto-Fetal (STFF), que consiste num desequilíbrio de fluxo sanguíneo entre os bebês. Ou seja, por dividirem a mesma bolsa e placenta, ocorre a transferência — transfusão — do sangue de um bebê para o outro e altera o padrão de crescimento dos dois.
Se diagnosticada essa síndrome, intervenções médicas são necessárias, por isso, identificar o mais cedo possível com o acompanhamento pré-natal é sempre a melhor das opções.
Quais os cuidados e os riscos da gravidez de gêmeos?
As demandas para o corpo que já acontecem numa gestação única se potencializam em uma gestação gemelar por exigir ainda mais adaptação do sistema feminino.
Os riscos são mais acentuados nesse tipo de gestação, mas são velhos conhecidos da obstetrícia. Pré-eclâmpsia, abortos e partos prematuros possuem taxas mais elevadas para esse tipo de gestação, mas podem ser controlados e amenizados com acompanhamento profissional e médico. Atenção para os seguintes pontos:
- Rotina tranquila: mantenha hábitos constante que gerem satisfação pessoal e diminua ao máximo sua presença em ambientes estressante e com atividades muito intensas;
- Alimentação equilibrada: tenha uma dieta rica em proteínas, vegetais, verduras e frutas. Sempre que possível, fuja dos industrializados e das frituras, essa sobrecarga de calorias vazias não supre as demandas de uma gestação gemelar;
- Prática de exercícios leves: desde que liberada pelo médico, atividades físicas e práticas como pilates para a gravidez e yoga ajudam no controle de pressão e da circulação sanguínea;
- Repouso: sempre bem-vindo, mas se torna fundamental nas semanas finais da gravidez;
- Suplementação de ácido fólico e vitaminas: o ácido fólico é essencial durante o período de gravidez, porque ajuda a evitar partos prematuros e previne má-formação no tubo neural do bebê. Outras vitaminas importantes também podem ser suplementadas, sempre conforme a recomendação médica.
Como é o pré-natal da gravidez gemelar?
Toda gravidez precisa de acompanhamento e atenção e isso não seria diferente para a gestação de gêmeos. É necessário ficar atenta aos sinais do corpo, manter uma rotina constante de ida ao médico e realizar exames para acompanhar a saúde dos bebês e da mamãe nesse período de transformação mútua.
A Organização Mundial da Saúde recomenda que sejam realizadas ao menos três ultrassonografias durante a gestação:
- Entre 11 e 13 semanas para verificar: viabilidade, idade gestacional, determinar a corionicidade gemelar e a medida de Translucência Nucal (TC), que é o principal marcador cromossômico para trissomias;
- Entre 20 e 24 semanas para identificar: formação morfológica fetal, crescimento e avaliação da placenta e do líquido amniótico;
- Entre 32 e 36 semanas para analisar: líquido amniótico, cordão umbilical, avaliação da placenta e estimativa de peso e crescimento.
Existem outras recomendações que incluem pelo menos mais um ultrassom em cada trimestre, mas para gestantes de gêmeos faz-se o acompanhamento mensal até 26 semanas, até 34 semanas quinzenal e, a partir disso, acompanhamento semanal.
Qual é o máximo de semanas que uma gestação gemelar chega?
Com 38 semanas, um bebê atinge a maturação necessária para conhecer o mundo aqui do lado de fora, mas a gestação pode chegar até 40 semanas, quando, então, caso não nasça de parto vaginal, é realizada a intervenção médica e o parto via cesárea precisa ser feito.
Para a gravidez de gêmeos, recomenda-se que ela chegue até, no máximo, 38 semanas em casos de gestações com duas placentas (dicoriônicas) e até 34 semanas em caso de gestação monocoriônicas. Em geral, uma gestação gemelar tem até 50% mais chances de resultar em um parto prematuro, contudo, como pode ser visto em alguns casos, essa é a opção mais recomendada.
Continue seu processo de autoconhecimento e vivencie cada fase da sua gestação sem esquecer dos cuidados e da riqueza que é gerar de uma vez só dois bebês.
Alimente-se bem, faça exercícios leves — se o médico permitir—, reponha vitaminas e ácido fólico e mantenha uma rotina tranquila ao lado de quem você ama e para continuar sua jornada de descobertas e aprendizados. Saiba mais sobre as fases da gravidez e veja o que esperar dos primeiros três meses de gestação. Boa leitura e até mais!
