Engana-se quem pensa que piolho está relacionado à falta de higiene, portanto, só acontece com criança malcuidada. Pelo contrário, o bichinho pertinente prefere um ambiente limpo e seco, ou seja, quanto mais cheiroso o cabelo do seu pequeno, melhor.
Por isso, caso receba algum bilhete da escola alertando sobre o problema, não se assuste! Ele também se espalha com facilidade nos cabelos mais finos, o que torna as crianças “alvos” fáceis. “Além disso, elas têm contato próximo com bastante gente na escola, gostam de se tocar e se abraçar, o que facilita a contaminação de uma para a outra”, explica a pediatra Daniela Petry Piotto, do Fleury Medicina e Saúde (SP). No entanto, o contato é direto, seja pela mão ou por objetos como escovas e tiaras, por exemplo, e não pelo ar. A especialista explica, ainda, que o tratamento deve ser comunitário, digamos assim. Ou seja, quando chega um recado da escola, todas as famílias devem se mobilizar. “Não adianta se tratar só a criança que está com piolho, pois o bichinho sobrevive até 48 horas fora do couro cabeludo. Todos em volta dela estão suscetíveis, incluindo os adultos”, alerta. O que fazer, então? A seguir, a especialista dá três dicas certeiras.
Tem de procurar, sim!
A coceira é o sintoma mais comum – causada pela saliva do piolho, eca! Em alguns casos, coça tanto que pode até machucar e sangrar. Mas às vezes, a criança não sente nada. Assim como faziam nossas mães, é preciso passar um pente fino no seu filho. Literalmente! Coloque a criança deitada sobre o seu colo, com a cabeça sobre uma toalha clara, e escove os cabelos dela cuidadosamente. Examine também cílios e sobrancelhas. Outra dica “antiga” é aplicar vinagre diluído em água nos fios. A substância não mata piolhos e lêndeas (ovos), porém facilita o deslizamento dos mesmos pelo pente. Se preferir, use um condicionador. Cumpre a mesma função e é mais cheiroso!
Use medicamentos específicos
Se após a “inspeção”, você encontrou algum bichinho na cabeça do seu filho, saiba que hoje em dia existem inúmeros xampus e cremes tópicos para acabar com o ele. Converse com o pediatra ou mesmo o farmacêutico para pedir indicações e aplique-os de acordo com as instruções da embalagem. “É preciso repetir o processo durante alguns dias, mesmo que o piolho já tenha sumido, pois o período de incubação dura de oito a 10 dias” completa a pediatra Daniela. Vale a pena também, nesse intervalo, secar o cabelo com secador, já que o calor pode matá-lo. Cortar os cabelos, a propósito, ajuda na hora da busca. Mas não acelera o tratamento. Portanto, pode deixar as madeixas do seu pequeno em paz…
Troque a roupa de cama
Evite compartilhar escovas de cabelo e outros acessórios (tiara, grampo, elástico, etc.) durante esse período. Além disso, troque as roupas de cama (que devem ser lavadas e passadas com ferro quente) com frequência, pois o bichinho pode se alojar ali também. Se pais e filhos costumam dividir a cama também, o cuidado tem de ser maior. Por último, a pediatra ressalta que não é preciso ter vergonha de avisar as mães da escola e de outros ambientes (clube, condomínio…) que o filho circula para que o piolho não se espalhe ainda mais. Lembre-se: o bichinho pode aparecer em qualquer pessoa!
