Vitamina D para o seu filho

A exposição ao sol é uma das principais maneiras de garantir níveis adequados de vitamina D. Atualmente a insuficiência e/ou a deficiência de vitamina D tem sido considerada um problema de saúde pública no mundo todo, acometendo crianças e adultos. São muitos os hábitos modernos que contribuem para a falta de vitamina D, como a pouca exposição solar, o uso excessivo de bloqueadores e, por último, a obesidade, que também é um fator de risco para o problema.

Mas por que a vitamina D é tão importante assim? Trata-se de um pré-hormônio que associado a um outro hormônio, o PTH, atua como regulador do equilíbrio normal do cálcio e do fósforo no organismo, além do metabolismo ósseo. Diversos estudos mostram que baixos níveis de vitamina D estão associados a doenças autoimunes, infecções bacterianas e virais, doenças cardiovasculares, inflamações no intestino e doenças neurodegenerativas. Na infância, a carência dela tem sido relacionada ao retardo no crescimento e ao raquitismo. Outras alterações também podem ocorrer, como a diminuição da força e da massa muscular.

Nos dois primeiros anos de vida, o crescimento acontece de maneira acelerada, daí a necessidade da criança receber um aporte adequado dessa vitamina. O leite materno e o de vaca, uma das principais fontes de alimento nesta fase da vida, são pobres em vitamina D, ao contrário do que se imagina. Por essa razão, a Academia Americana de Pediatria, assim com a Sociedade Brasileira de Pediatria, recomendam o uso de vitamina D de 400 unidades internacionais (UI) a 800 UI para as crianças até dois anos de idade. Após esta faixa etária, o uso de vitaminas apenas está indicado para aquelas que não conseguem atingir a quantidade de vitamina D indicada apenas com alimentação e luz solar. Pois, como já deve ter ouvido falar que tomar sol ajuda e muito na produção de vitamina D.

Isso acontece porque a pele, ao ser exposta diretamente ao sol, consegue sintetizar a vitamina no organismo. Sendo assim, ao aumentar a superfície da pele exposta diminui-se proporcionalmente a quantidade de tempo necessário sob o sol para produzir a mesma quantidade de vitamina D. Mas atenção: a duração da exposição ao sol não deve ser superior a metade do tempo que a pele demora para ficar rosada. E como ainda há controvérsias no meio médico sobre esse assunto, já que o excesso de sol também pode fazer mal, melhor conversar com o pediatra do seu filho a respeito.

Alimentos como óleo de fígado de bacalhau, peixes gordurosos como o atum e o salmão e cogumelos secos ao sol são ricos em vitamina D, porém sua principal fonte é sua síntese realizada na pele. Após a síntese cutânea, a vitamina D entra na circulação e ainda passa por outras reações químicas no fígado e rim ate se tornar verdadeiramente ativa.

Para constatar se a criança tem ou não deficiência de vitamina D é preciso realizar a dosagem da vitamina no sangue. O resultado do exame com o valor abaixo de 20ng/dL atesta a deficiência; já quando o valor fica entre 20 e 30 o quadro é considerado insuficiente; e normal quando está acima de 30ng/dL. Mas é claro que esses dados precisam ser interpretados pelo pediatra da criança.

Como boa parte das crianças brasileiras vive em regiões urbanas, onde não saem tanto às ruas como antigamente e, portanto, se expõem menos à luz solar, pais e pediatras precisam buscar juntos soluções para garantir os níveis adequados de vitamina D na infância. Seja por meio de estratégias nutricionais para aumentar o consumo de alimentos ricos nessa vitamina, com suplementos quando necessário, seja promovendo mais tempo ao ar livre.