Período de resguardo: entenda quanto tempo deve durar

O nascimento de um bebê é um momento único, cheio de descobertas e emoções. Mas com a chegada da nova vida, também vem a fase de adaptação da mãe: o resguardo. Popularmente conhecido como “quarentena”, esse é o período em que o corpo começa a se recuperar após o parto — seja ele normal ou cesárea — e em que cada detalhe do cuidado faz diferença.

Mais do que apenas descanso físico, o resguardo envolve também equilíbrio emocional, cicatrização, reorganização hormonal e o início da amamentação. É um tempo precioso de conexão entre mãe, bebê e família. E, por ser tão especial e delicado, surgem muitas dúvidas: quanto tempo dura o resguardo? O que acontece se ele for “quebrado”? Há diferença entre parto normal e cesárea?

Aqui, vamos responder a todas essas perguntas de forma simples e acolhedora, trazendo também recomendações de especialistas e da Organização Mundial da Saúde (OMS) para que você se sinta segura e bem informada nesse período tão importante.

Vamos lá?

O que é resguardo?

O resguardo é o período que se inicia logo após o parto, quando o corpo da mulher começa o processo de recuperação física e hormonal. Durante esses dias, o útero volta ao tamanho original, os sangramentos (lóquios) vão diminuindo, os pontos cicatrizam e o corpo aos poucos retoma seu equilíbrio natural.

Em termos médicos, ele está dentro do que chamamos de puerpério. Enquanto o puerpério pode se estender por meses, abrangendo as transformações físicas e emocionais mais amplas, o resguardo costuma ser usado para se referir aos primeiros 40 dias — a fase mais delicada e crítica da recuperação.

Esse tempo não é apenas importante para a saúde da mãe, mas também para o bebê. Afinal, é nesse período que ambos se adaptam à nova rotina e criam vínculos que vão acompanhar toda a vida.

Mãe e bebê dormindo tranquilamente juntos

Quanto tempo dura o resguardo?

O resguardo costuma ser associado a um período médio de 40 dias, mas, na prática, esse tempo pode variar de acordo com o tipo de parto, as condições de saúde da mãe e até o ritmo de cicatrização de cada organismo.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que as primeiras seis semanas após o parto sejam acompanhadas com atenção especial, já que esse é um período considerado crítico para a saúde materna e neonatal. Nesse intervalo, é quando acontecem as maiores mudanças físicas e emocionais, e também quando há mais risco de complicações, como hemorragias ou infecções.

Quanto tempo de resguardo após parto normal?

No parto normal, o tempo de resguardo costuma ser de cerca de 40 dias. Nessa fase, o corpo se dedica à cicatrização natural, à redução do útero e à eliminação dos lóquios (sangramentos vaginais).

A recuperação tende a ser mais rápida do que na cesárea, mas ainda assim é fundamental respeitar os limites do corpo: evitar esforços excessivos, cuidar da higiene íntima e garantir períodos de descanso.

Quanto tempo dura o resguardo de cesárea?

No caso da cesárea, o período de resguardo pode se estender um pouco mais, chegando a 40 a 60 dias. Isso porque, além das mudanças naturais do pós-parto, há a recuperação de uma cirurgia abdominal.

É importante ter atenção especial à cicatrização da incisão, evitar carregar peso e seguir de perto as orientações médicas. Nessa situação, a paciência é uma aliada: o tempo extra é necessário para que a cicatrização ocorra sem riscos de infecção ou abertura dos pontos.

Fases do período de resguardo

O resguardo não acontece de uma vez só, ele é dividido em etapas, que acompanham a recuperação gradual do corpo. Cada fase tem suas características e cuidados específicos, e entender isso ajuda a mãe a respeitar melhor o próprio ritmo.

Confira quais são as fases do resguardo a seguir:

1. Resguardo imediato

Essa fase acontece nas primeiras 24 horas após o parto. É quando o corpo inicia o processo de contração uterina, o sangramento é mais intenso e a mulher precisa de repouso absoluto e acompanhamento médico mais próximo.

2. Resguardo tardio

Vai do segundo dia até aproximadamente a sexta semana pós-parto. É o período mais conhecido como “quarentena”, em que o útero retorna ao tamanho normal, os lóquios vão diminuindo e os pontos (quando existem) entram em processo de cicatrização. É também uma fase marcada por ajustes hormonais importantes.

3. Resguardo remoto

Ocorre a partir da sexta semana e pode durar até alguns meses. Nessa etapa, o corpo já está em equilíbrio físico mais próximo do habitual, mas a recuperação emocional e a adaptação à rotina com o bebê ainda seguem em andamento. Esse período também é importante para acompanhamento médico e para avaliar a saúde mental da mãe.

O que acontece se quebrar o resguardo?

“Quebrar o resguardo” significa retomar atividades antes do tempo recomendado, como esforços físicos, relações sexuais ou até rotinas que exigem mais do corpo. Isso pode trazer alguns riscos preocupantes.

Fisicamente, o principal perigo é a hemorragia, já que o útero e os vasos sanguíneos ainda estão em processo de cicatrização. Além disso, há chances maiores de infecção, tanto no útero quanto em pontos da cesárea ou lacerações do parto normal. O corpo também pode sofrer com dores intensas e cicatrização incompleta.

Cuidados importantes durante o período de resguardo

O resguardo não é apenas um tempo de espera, mas um período de autocuidado. Aqui, cada atenção que a mãe dedica a si mesma ajuda a tornar a recuperação mais tranquila e segura. Os cuidados envolvem tanto o corpo quanto as emoções, afinal, esse é um período de grandes transformações.

Mãe segurando bebê em roupinha rosa

1. Alimentação equilibrada

Assim como a alimentação na gravidez, a alimentação do período de resguardo deve ser rica em frutas, verduras, legumes e proteínas magras, pois tudo isso contribui para a cicatrização e fornece energia para o dia a dia com o bebê. Evitar alimentos ultraprocessados e priorizar refeições leves também ajudam no bem-estar.

2. Hidratação

Beber bastante água é fundamental, principalmente para quem está no período de amamentação. A hidratação adequada favorece a produção de leite e auxilia na recuperação do organismo.

3. Higiene íntima e cuidados com pontos

No parto normal ou na cesárea, a higiene é essencial para evitar infecções. Lavar a região com água corrente, usar roupas íntimas de algodão e observar a cicatrização diariamente fazem parte desse cuidado.

4. Repouso e sono

O corpo precisa de descanso para se recuperar. Por isso, sempre que possível, a mãe deve aproveitar os momentos em que o bebê dorme para descansar também, mesmo que sejam pequenos intervalos ao longo do dia.

5. Apoio familiar e emocional

O suporte da família e de amigos faz diferença nessa fase. Delegar tarefas da casa, pedir ajuda com a comida ou simplesmente ter alguém para conversar pode aliviar a carga emocional e reduzir a sensação de sobrecarga.

Resguardo e vida sexual: quando retomar?

Durante o resguardo, a retomada da vida sexual deve ser feita com cautela. O corpo da mulher ainda está em recuperação: o útero se contrai, os pontos cicatrizam e os hormônios estão em plena reorganização. Por isso, a recomendação médica costuma ser esperar cerca de 40 a 45 dias antes de voltar às relações sexuais.

Respeitar esse tempo ajuda a evitar desconfortos, dores, sangramentos e até riscos de infecção. Além do aspecto físico, também é importante considerar o emocional. Muitas mulheres relatam que precisam de mais tempo para se sentirem seguras e à vontade com o próprio corpo novamente.

Resguardo e amamentação: existe relação?

Sim, existe uma relação direta entre o período de resguardo e a amamentação. Enquanto o corpo da mãe se recupera fisicamente, a produção de leite começa a se estabelecer, o que exige ainda mais energia e hidratação.

Além disso, a amamentação influencia o equilíbrio hormonal: a sucção do bebê estimula a liberação de ocitocina, hormônio que ajuda na contração do útero e acelera o processo de involução, ou seja, a volta do útero ao tamanho normal.

Outro ponto importante é que, durante o resguardo, muitas mulheres ainda não retomaram o ciclo menstrual regularmente, principalmente quando a amamentação é exclusiva. Isso não significa que não haja risco de gravidez, por isso, é essencial conversar com o médico sobre contracepção, mesmo nesse período.

Mitos e verdades sobre o resguardo

O resguardo ainda é cercado por muitas crenças populares, algumas com base médica e outras que já não fazem sentido atualmente. Por isso, entender o que é mito e o que é verdade ajuda a passar por esse período com mais segurança e menos preocupações desnecessárias.

Acompanhe a seguir!

É verdade que não pode lavar o cabelo no resguardo?

Mito. Não há contraindicação médica para lavar o cabelo nesse período. A higiene faz parte dos cuidados essenciais e pode, inclusive, trazer bem-estar e sensação de frescor.

Não pode sair de casa durante o resguardo?

Mito. O que deve ser evitado são atividades que demandem esforço físico ou ofereçam risco de infecção. Passeios leves, como uma caminhada curta ao ar livre, podem ser até recomendados, desde que haja liberação médica.

O resguardo serve apenas para o corpo se recuperar?

Mito. Esse período é também de grande impacto emocional. O equilíbrio hormonal, o cansaço e as novas responsabilidades podem mexer com a saúde mental da mãe. Por isso, apoio emocional é tão importante quanto o cuidado físico.

Relações sexuais realmente devem esperar até o fim do resguardo?

Verdade. A retomada precoce pode causar dor, sangramentos e aumentar o risco de infecções. A recomendação médica é respeitar o tempo de recuperação do corpo, que costuma ser de cerca de 40 a 45 dias.

Período de resguardo e puerpério são a mesma coisa?

Não exatamente. O puerpério é o termo médico que se refere a todo o período de recuperação da mulher após o parto, e pode se estender por meses, incluindo transformações físicas, hormonais e emocionais.

Já o resguardo é a forma popular de nomear os primeiros 40 a 45 dias após o nascimento, que são considerados a fase mais delicada. Ou seja, o resguardo está no puerpério, mas não se confundem.

Existe diferença entre resguardo físico e emocional?

Sim. O resguardo físico envolve todas as mudanças e recuperações do corpo após o parto: o útero que retorna ao tamanho normal, a cicatrização dos pontos (seja do parto normal ou da cesariana), a redução do sangramento vaginal (lóquios) e a adaptação hormonal. É também o tempo em que a mulher deve evitar esforços físicos intensos para não comprometer a recuperação.

Já o resguardo emocional diz respeito ao impacto que o pós-parto tem sobre os sentimentos e a saúde mental. Oscilações hormonais, noites mal dormidas, adaptação à nova rotina e responsabilidades com o bebê podem trazer momentos de insegurança, tristeza ou ansiedade. Por isso, além de cuidados médicos, esse período pede acolhimento, escuta e apoio de familiares e amigos.

Mãe segurando bebê em ambiente festivo com balões

É verdade que o resguardo ajuda na amamentação?

Sim, o resguardo tem uma relação direta com o sucesso da amamentação. Isso acontece porque, durante esse período, o corpo está totalmente voltado para se reorganizar e atender às novas necessidades da mãe e do bebê.

Um dos hormônios mais importantes nesse processo é a ocitocina. Estimulada pela sucção do bebê, ela atua não só na descida do leite, mas também ajuda na contração uterina, acelerando a recuperação da mãe.

Outro hormônio fundamental é a prolactina, responsável pela produção do leite materno. Durante o resguardo, esses hormônios estão em plena atividade, favorecendo o início e a manutenção da amamentação.

Esperamos que este guia tenha sido útil para tirar todas as suas dúvidas sobre o resguardo. No blog da ABC Design, temos muitos outros conteúdos pensados para apoiar mães e pais nessa jornada cheia de descobertas. Não deixe de conferir!

Até o próximo post!

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Equipe ABC Design

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